segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Quem sabe

São Tomé e Príncipe é de uma riqueza e força da natureza que não vi igual. Não há muito a dizer, a natureza é tudo. Estes são frutos da Terra, verdadeiros, sem objectivos, sem medos, sem expectativas, sem futuro e sem passado. E assim, cheios de emoção.

Chocolate Claudio Corallo, sape-sape e cacau cru em pó.



As mãos da Meye agarram a fruta da Terra. Nasceu cá, mas é de cá e de lá.

Obrigada,
Cláudia

domingo, 11 de dezembro de 2016


Île flottante

Não me esqueço daquele Janeiro em Paris. Fomos as três, a minha mãe e as duas filhas. Fazia muito frio, nas ruas as pessoas encolhidas faziam a sua vida, nós fazíamos a nossa: visitávamos museus, víamos arte, comíamos croissants e dizíamos "merci". Foi no jantar de anos da minha mãe que comemos a sobremesa île flottante. O nome sussurra-me ao ouvido quando penso em Paris, quando vivo memórias dos tempos de França, com elas, com outros, com todos os momentos em que imagino que uma ilha será sempre flutuante. Suspensa, à deriva, solitária, feliz, doce, auto-suficiente. 

Que esta ilha continue sempre flutuante! 





























Ao amor em francês.

Bolo de chocolate

1 chávena de farinha sem fermento
1/2 chávena de farinha de espelta
1/2 chávena de açúcar mascavado
1 c. chá de fermento
pitada de sal marinho

1 tablete de chocolate negro
3 c. manteiga de avelã
2 c. de óleo de coco
3 ovos

Sementes de cacau caramelizada
Dióspiro

Misture os ingredientes secos
Derreta o chocolate com o óleo de coco
Misture as duas partes
Envolva os ovos batidos
Coloque numa forma de bolo forrada com papel vegetal
Leve ao forno a 180º C (pré-aquecido) durante 20 minutos
Coloque mais 5 minutos com o calor na parte superior

Obrigada,
Cláudia

sábado, 17 de setembro de 2016


Cheio e Vazio















Procuro o silêncio. Encanto-me com o som das copas das árvores ao vento, dos pássaros que acordam as manhãs de Verão, da água que corre sem pedir licença. Do Vale estreito e denso, dos castanheiros que olho sem foco, de pensar quem por ali pousou o olhar. Nesse silêncio que não é silêncio. Um vazio nos pensamentos, aqueles que não queremos pensar. Há outros, aqueles que queremos preservar. Não é assim. Não podemos agarrar os bons momentos, assim como não queremos permanecer nos maus momentos.

Gosto cada vez mais de visitar o Vale. Não sei se volto, nem sei se lá estive, sei que a natureza está em mim, nos bons e maus momentos.

Memórias felizes ao sentir a água fresca da levada que me regava os pés, enquanto o corpo respirava o sol que me aquecia. Enquanto brincava com o percurso da água que tentava enganar. Firme ao adaptar. Água livre que percorre o caminho sem resistir.

*

Batata-doce cozida
Tomate grelhado em sal marinho e azeite
Tomate seco, arandos secos, azeite, vinagre de cidra e orégãos








































Obrigada,
Cláudia

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A potência

Enquanto corpos suaves se tocavam dançando em passos curvados, a potência masculina revela-se delicadamente selvagem. A transpiração fundia-se num cheiro forte em toda a sala, enquanto nos tentávamos esquecer que o calor era insuportável. A energia descontrolada, de darmos tudo o que tínhamos para dar. Oferta a olhos que se esvaziavam de pensamentos. Cada uma no seu pedaço de mulher. O querer conquistar quem desejamos ser. Tudo isto se faz a dançar.

Voltemos a ser mulheres. Raiz da terra, retirar apenas o que nos pertence, reproduzir amor em forma de natureza.

Beldroegas da Praça das Caldas da Rainha. Batatas vindas não sei de onde. De um editor viajado por Marrocos.

Pesto de beldroegas:
Beldroegas
Amêndoas do Algarve
Sal marinho
Azeite









Obrigada,
Cláudia

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Em linha recta


A cadência nunca é a mesma. Há espaços maiores do que outros, há saltos que se fazem altos, outros que são pequenos e delicados. É preciso uma mão. Quem a estende primeiro? Ceder a uma fraqueza não é perder nada, é ganhar espaço no outro. Os gestos não são para ti, para ti ou para ti. São para o Outro. Divino, tudo é divino.



Meloa, folhas de tomilho biológicas secas em casa, miso e geleia de arroz.

Obrigada,
Cláudia


domingo, 31 de julho de 2016

 Centro





























No meio nos escondemos, queremos passar despercebidos. Mas os que estão à volta não nos deixam. Porque não estamos certos que não queremos. No meio do igual queremos ser diferentes. Até somos diferentes, aos olhos de quem nos identifica como "outro".

A clareza da vida afasta-nos da periferia e encontra-se ao centro.

Cenouras semeadas, colhidas, guardadas, transportadas, oferecidas, escovadas, temperadas. Tempo de espera e depois comidas. Veículo de uma estória. Pelas terras de Ferreira do Zêzere.

Os cajus da Guiné. Longe colhidos, vendidos nas ruas quentes. Comprados e transportados até Lisboa. Partilha com carinho.

Calda:
Chá de citrinos
Açafrão das índias
Sal marinho
Gengibre
Erva-doce
Pau de canela
Lima
Geleia de arroz

Cenouras conservadas na calda dois dias, no frigorífico


Obrigada,
Cláudia

sábado, 2 de julho de 2016

Oferecer

Alguém deu a alguém, esse alguém partilhou. Assim chegaram até mim. Ficaram aqui, apreciaram-se aqui. E ainda chegaram ali. Eram as três últimas. Que doces, redondas, firmes e elegantes. Somos todos uma mão que dá a mão.

Exploro o doce com o salgado. A textura da polpa que amolece no leve salteado. Enquanto o calor não chega ao centro. E assim ficamos na passagem.


Obrigada,
Cláudia

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Poder

Vieram do Alentejo. Chegaram numa noite triste, uma noite que temia não chegar ao fim.
Prolongou-se por sonhos, manteve-se viva até acordar. Apesar da dor, os movimentos internos são suaves. Mesmo que haja uma explosão. E que as palavras saiam em gritos de tom baixo mas que tornam surdos o som interno. Já sabemos da impermanência, não precisamos de a procurar, dar-lhe nome e criar-lhe um lugar. Existe.


Couve flor em chá de hibisco, vinagre de amora e açúcar mascavado, por 24 horas.
Numa chapa quente com sal marinho e azeite.
Manjericão e cebolinho




Obrigada,
Cláudia


segunda-feira, 30 de maio de 2016

Adaptação


E quando a vida cai num trambolhão. Levantem-se. Tomem o vosso tempo, adaptem-se, com mais intensidade. Um dia passa. Há um corpo que se move e há uma presença que não sai do seu lugar. Não é indiferença, é amor.
Ao universo que nos sustenta, à vida que nos encaminha, ao que nada se espera. A uma saudade que está para chegar.

Nabos biológicos. Morangos da Fruta Feia. Calda de mel de medronho (perdura numa leve fermentação alcoólica), sal e limão.


sábado, 28 de maio de 2016

Esperar


Ontem na marginal.
No suposto momento de saída entram os pássaros a voarem alto. Que afinal voam baixo. Na queda da noite, uma massa cinzenta de nuvens esconde o sol. São andorinhas. Belas livres, de som activo e estridente. Cruzam-se no ar, rápidas sem as conseguirmos seguir.
Ao fundo uma baía e o sol sente-se grande a querer penetrar, já sem força, é hora de descansar.
O som é surdo quando não se quer ouvir.

Vou esperar sem querer, parar de sonhar e aguardar quando me quiseres tocar.

Os pêssegos ácidos. A calda de açúcar de coco no chá de hibisco. A raspa de laranja e o pó solto de açafrão. Aconchegados.





















































Obrigada, Cláudia

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Cedo

Tanta energia, transborda. Faz-me acordar cedo, ter vontade de fazer. Assim como também há vontade de estar sossegada. Todos os momentos são grandes momentos, sem escala.

Berinjela assada com sal marinho, lima e azeite virgem.
Pesto de cebolinho e salsa (biológicos), azeite virgem, nozes e sal marinho.



domingo, 15 de maio de 2016

 Ambiguidade

Há uma clareza imensa naquilo que me ultrapassa, as tentativas de conseguir explicar os pensamentos, que rápidos em velocidade se instalam confortavelmente num estado impermanente, imperam. E quando volto aqui, sei que não existes. Em várias formas e vários formatos. Em pessoas, em sonhos, em medos, em estados com os quais não me identifico. E aí todos me olham, carregados de tudo aquilo que espelho. Nada é visível, quando estou e sou aqui. Tudo é cinematográfico e poderoso em cores e formas quando lá estou. A beleza ambígua. Um beijo sai de um sopro e chega ao ouvido de alguém. A resposta vem da natureza em forma de sorriso. Porque somos um.




Rabanetes  e favas da Fruta Feia. Doce de abóbora com gengibre feito pela minha Mãe, pinhões do quintal da Sara. Raspas de lima, sal marinho e azeite virgem. Uma salada em trânsito.

domingo, 8 de maio de 2016

Tomate

É só um tomate. Que precisou de tempo para amadurecer. A sua individualidade é o seu amadurecimento. O seu diâmetro é a sua identidade. De verde passou a vermelho. Não consegui esperar mais. Ficaria mais maduro, talvez mais doce. Mas assim está bom. Satisfez-me todos os momentos em que lhe peguei e por uns segundos percebi, dia-a-dia, que me traria qualquer coisa.
Imaginava-o finamente cortado, regado de azeite, salpicado com sal marinho e aromatizado com algumas folhas de orégãos. Não foi preciso esperar que cooperasse. Bastou amor para que nos uníssemos. Paciência. O silêncio não é um momento, é uma eternidade que se prolonga, que nos abre espaço para não nos isolarmos daquilo que não nos é diferente. A vida tornou-se leve. E continua leve.































sábado, 30 de abril de 2016

Alinhamentos

Esperavam por tempo. Que desaparece, que escoa viscoso pelas mãos em movimentos rápidos irracionais. Tentar apanhar as ondas que se propagam. Afinal o que é o eco? Será mais um truque bem afinado? Soa bem, até porque desaparece.

Verdes, lindas. Da praça das Caldas da Rainha, numa missão. Pequenina, afinal nunca nada é grande. Mas cá dentro, é belo, é natureza, é imprevisível, é paixão, é tudo. É isto. Alinhamento.

Favas. Murcharam, perderam alguma beleza enquanto esperavam esquecidas. Favas são descascadas pelas mães e pelas filhas, são cozinhadas pelas mães e comidas pela família.
O pequeno rebento rasgou-se, germinando. Vontade própria, natureza bela.

Tanto num só alimento.






Obrigada,
Cláudia




quinta-feira, 21 de abril de 2016

Rotinas


Acordo cedo e encontro as minhas rotinas, sem esperar que sejam iguais ou diferentes, ali se define tempo. Aproveito os momentos que a vida me tem vindo a propor, infinita felicidade. O que ainda não se dissolve e une aqui, não existe.




Physalis que me chegam de um arbusto selvagem. Carinhosamente apanhados e transportados pela Margarida Francisco.


Obrigada, 
Cláudia

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dançar


Em campo de Ourique há uma porta sem nome. Descobri que lá dentro se faz boa música (sem nunca ter entrado). Com inspiração em sons africanos, latinos e outros que não consigo identificar. Ontem cruzei-me com ele e não tive coragem de lhe dizer que admiro muito a música que faz, constrói. É um trabalho composto por vários sons, vozes e instrumentos. Há sintonia com o meu corpo e a música dele faz-me dançar.
Faltando a coragem, escreve-se um e-mail. Agradeço-lhe pela partilha feliz do seu trabalho e por me fazer dançar. "Obrigado eu pela vontade de dançar", respondeu. E eu continuo a dançar.








Bomba. Coco fresco ralado com manteiga de amendoim. Amêndoas e caju torrados, tâmaras e chocolate. Bum!

Inspiração em, http://www.mynewroots.org/site/

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Ao contrário


Concentração, largar os medos, irrigar o cérebro. Ver o mundo ao contrário. E permanecer, respirando.

Gelatina de agar-agar salgada, com vagem de baunilha. Maracujá fresco e mel de arroz.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Semear


Quando se semeia espera-se colher. Implícita está a adversidade da natureza. Terra, clima, vontade própria. A imensidão da terra encontra-se pontualmente. Há sonhos de campo verdes, de ramas ao vento, de árvores carregadas de frutos, mas estes sonhos são só sonhos. Aqui em casa há alguns vasos, sementes que germinam e um rabanete. E esta é a realidade.

Ao Vale que visito, à Casa dos Sobreiros com seus socalcos, à levada. A quem com paixão de tudo cuida.







quinta-feira, 7 de abril de 2016

Espera evolutiva


As mudanças são exteriores, dentro a quietude se alimenta estável e presente. Flutuamos nos momentos de espera, como se a vida reunisse pausas delicadas e confusas. O que nos faz estar mais sensíveis ou introspectivos. De um momento para o outro a espiral desenrola-se e dispara numa existência progressiva. Os símbolos são representações da natureza nas quais crescem associações crentes. Que nos ajudem a co-criar belos encontros em sintonia com a vida. A celebrar a Lua, o feminino, a água, a evolução cíclica.


Beterraba cozida temperada com azeite virgem, vinagre de maçã biológico e sal marinho.
Inspiração em aqui.
Obrigada,
Cláudia

terça-feira, 5 de abril de 2016

Fruta em viagem


A fruta acompanha qualquer alma que viaja. Higienicamente protegida quando se faz acompanhar de casca. Mais vulnerável ao toque quando despida. Quer dizer que nela se pode aproveitar quase tudo. Na Ásia ou em África, por onde passei, vendidas na rua, ao quilo, em fatias e pedaços (às vezes temperados) ou em sumo. Há medos que nos travam de experiências, há experiências que nos criam medos. A fruta traz-me recordações sempre boas. A fruta chegou a ser um projecto.

Agora que temos acesso a (quase) tudo, não sabemos bem de onde vêm. Consumimos como queremos, o que queremos. Eu continuo a acreditar nas estações, nas regiões, nos países, na natureza que se encarrega. Desejo é só uma emoção. Às vezes não compensa.

Uma pequena homenagem a uma amiga, que é fada, madrinha.


































Morangos biológicos
Sementes de cacau torradas, caramelizadas e moídas (origem São Tomé e Príncipe)
Folhas frescas de erva cidreira biológica fritas em óleo de coco
Calda de mel de arroz

Obrigada,
Cláudia

quinta-feira, 31 de março de 2016

Intuição


De onde vem? Não lhe conheço princípio, meio e fim. Só identifico o "agora", espontâneo, indiferente a quem não o sente. Só desperta para quem escuta, estima expectante. O mais profundo toque sem gesto. A ausência de tranquilidade baralha-nos os passos, envolve-se e desvia-nos. Apesar de tudo, continuo aqui.
























































Banana pão assada
Funcho assado em azeite virgem e sal marinho
Cogumelos ostra salteados em azeite virgem
Caldo de coco ralado com limão e vagem de baunilha
Sementes de malagueta e azeite para decorar

Obrigada,
Cláudia


terça-feira, 29 de março de 2016

Ao centro


Faz anos que viajo por este país através dos seus variados ingredientes. Conhecimentos passados por uma família querida que foram permanecendo em recordações que me enriquecem o presente. Ingredientes e combinações, remédios caseiros e cuidado nas conjugações. Metáforas que podem criar distracções às fantasias que os compõem. A delicadeza do corte, o respeito pelo alimento, a precisão da matéria. Não foi preciso muito. Nabo biológico, gengibre fresco, caldo de alga kombu com vinagre de maçã e sal marinho. O toque doce do mel de arroz e os rasgos do concentrado de maçã. Tudo finamente cortado aguardando pela individual mistura. A maçã de porte pequeno veio abençoada do mercado das Caldas da Rainha. Por baixo um assado de batata doce e cenoura. Este já é residente, estão-se a acabar os seus dias de glória.
Distante de um silêncio só meu, readapto-me às surpresas da vida, aos planos que passam a ideias, ao presente sussurro do vento que sopra forte junto a uma das lagoas mais extensas e bonitas em iludido abandono. Há sempre uma lágrima que não foi derramada, um sorriso preso em intenção bloqueada ou um retorno ao passado através de objectos que me fazem duvidar quem éramos, mas que não me fazem duvidar quem sou. Este é o meu centro.


Inspiração Japonesa do livro "Cozinha Japonesa com Hurami"

Kimpira regada com caldo Nanbanzuke (adaptado)
Serve 2 

Ingredientes
50 gr de nabo
50gr de maçã
7gr de gengibre fresco
Caju cru para decorar

1dl de água
2 c. sopa de vinagre de maçã
1 c. café de sal marinho
1 tira de 5cm de alga kombu
1 c. sopa de mel de arroz (bem cheia)
Concentrado de maçã para decorar 

Direcções
Juntar à água, a alga kombu, o sal marinho e o vinagre de maçã
Deixar frever durante 10m
Retitar do lume, juntar o mel de arroz e reservar

Lavar e descascar o nabo, o gengibre e a maçã. (atenção à oxidação da maçã)
Cortar finamente (kimpira)
Servir composto num assado ou numa salada
Verter a quantidade suficiente do caldo
Decorar com o caju picado e o concentrado de maçã


Obrigada,
Cláudia

sexta-feira, 18 de março de 2016

 Superfície
Bolo de limão com ruibarbo e arandos frescos






























Na superfície as ondas agarram tempestades, cruzam-se com a chuva, agarram-se ao vento ou permanecem tranquilas à escuta do som livre. Nas profundezas a densidade é grande, a concentração é justa, respira-se clareza. A luz atravessa as águas e o fundo é atraído oportunamente. Vivemos em cadência livre.

Obrigada aos meus queridos pais.
Cláudia

quarta-feira, 16 de março de 2016

Nabiças 

Um bom molho de nabiças, verde e tenro. Bem lavadas, levemente escaldadas em água fervente e sal marinho. Simples de bonito. Aberto e pleno no seu percurso. A beleza cega do sabor, criação da natureza. O berço da terra, da água, do clima que colaborou com o todo. É assim a vida, que pura alegria. A natureza trata de tudo e tão bem nos coloca no todo.

Nabiça escaldada com molho de miso, sementes de sésamo tostadas e vinagre de cidra.

Obrigada,
Cláudia

sexta-feira, 11 de março de 2016

Celebrar vitórias

Em agradecimento profundo à momentânea inspiração que os alimentos me conferem, às oportunidades infinitas de poder expressar o meu vivido caminho.


































Batatas doces e rabanetes "braseados"

Ingredientes
serve 2

2 batatas doces pequenas (aprox. 200gr)
8 rabanetes biológicos de rama média
3 c. sopa de azeite virgem
2 c. café de sal marinho
1/2 lima
2 ramos de tomilho-limão

Direcções
Lavar bem as batatas e cozer com pele em água fervente e sal marinho (1 c. café)
Descascar, cortar às metades longitudinais e reservar
Lavar os rabanetes e cortar às metades, deixando a rama
Numa frigideira grelha bem quente, colocar 2 c. de azeite
"Brasear" os rabanetes e a batata doce (os rabanetes retirar assim que a folha mirrar, a consistência dos rabanetes deve permanecer rija)
Colocar o tomilho-limão junto à batata, envolvendo-o no azeite
Servir conforme proposto e temperar com o restante azeite, umas gotas de lima (caso necessário rectifique o sal)

Guarnição para pratos principais ou refeição leve.

Obrigada,
Cláudia





terça-feira, 8 de março de 2016

Ir e persistir


Pequenas vagas de calor que nos chegam de mansinho. O Inverno está a ir. Caminhamos pelas ruas encolhidos no frio que nos toca em intensa melancolia. Ansiedade no que está para vir e saudades do que ainda não vimos partir. Vão-se ouvindo os pássaros numa cidade onde os sons apertados se movem em encontrões invisíveis e invasivos
As árvores em silêncio vão-se espreguiçando, abrindo os braços a seu tempo. Erguem-se valentes timidamente despidas. Aguardam pacientemente o que está para vir. Sem futuro, sem perspectivas de "gente".

A aprender alguns pontos, pesquisando o necessário para evoluir no espaço. O ponto de caramelo.

Caramelo de sumo de beterraba com açúcar de coco, cacau cru e sal marinho.

Obrigada,
Cláudia

terça-feira, 1 de março de 2016

Construir e destruir


Aprender a utilizar pensamentos ventosos do dia-a-dia que se atravessam nas traseiras do nosso cérebro. Os becos nem sempre são locais "sem saída". Sob pressão de tempo e espaço reagimos mais rápido, encontramos novas oportunidades, novas hipóteses. É lá que vou muitas vezes, perder tempo, vaguear ao ar livre e respirar. Figurado. Encontro construções e destruições, que resultam bem, às vezes mal. Numa palavra, num rasgo, numa cadeia de peças que se unem e que se ligam, se encaixam e onde crescem ideias.
A prática festeja satisfeita. E sempre espera, esperamos todos, quando chegamos a um beco qualquer onde afinal há sempre, no mínimo, uma saída.




Rabanetes da Fruta Feia, com bicho






Papari, batata doce cozida em leite de coco caseiro com anis e noz moscada, rabanetes "piclados" em sal marinho e vinagre de amora, coentros e gomásio (sementes de sésamo tostadas com sal marinho)

(segue a receita num futuro breve).

Obrigada,
Cláudia 

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Pastel de irmão





























"Adoro viver num sítio onde mereço as estações do ano". 
Há sempre uma frase, um olhar, um cheiro, um toque que nos toca. 
O Inverno impressiona-nos. Pelo condicionamento e resistência do que é natural. Recolhimento. Repouso. Escutar o silêncio.

Hoje foi dia de pastéis de chocolate. Visitou-nos o nosso querido amigo Francisco. Que bem que dança, vibração genial ainda meio descoordenada normal da sua idade. Integrará a seu tempo, consumará os sons que lhe são ruído com aqueles que lhe criam ressonância.  Aos pastéis de chocolate seguem-se músicas e danças. Sorrisos expansivos em curtos devaneios. Lembrar que o Inverno caminha lento, mas que dentro do corpo o sangue quente não nos deixa esmorecer.



Ingredientes
30 a 40 unidades
1 chávena de farinha de espelta
1 chávena de leite de coco
1 chávena de coco ralado
1/2 chávena de leite de arroz
1/2 tablete de chocolate
1/2 c. colher de café de sal dos Himalaias
Cacau (sem açucar) para polvilhar

Direcções
Num robot de cozinha colocar o coco ralado e o leite
Juntar o chocolate já partido em pedaços pequenos
Triturar/misturar
Num recipiente colocar a farinha e o sal
Envolver as duas misturas, acrescentar o leite de coco
Colocar o forno a 180º
Forrar o tabuleiro com papel vegetal
Distribuir a mistura com 2 colheres de sobremesa (formando pequenos pasteis)
Polvilhar com cacau
Colocar no forno por 25/30m controlando a consistência


Obrigada,
Cláudia