sábado, 30 de abril de 2016

Alinhamentos

Esperavam por tempo. Que desaparece, que escoa viscoso pelas mãos em movimentos rápidos irracionais. Tentar apanhar as ondas que se propagam. Afinal o que é o eco? Será mais um truque bem afinado? Soa bem, até porque desaparece.

Verdes, lindas. Da praça das Caldas da Rainha, numa missão. Pequenina, afinal nunca nada é grande. Mas cá dentro, é belo, é natureza, é imprevisível, é paixão, é tudo. É isto. Alinhamento.

Favas. Murcharam, perderam alguma beleza enquanto esperavam esquecidas. Favas são descascadas pelas mães e pelas filhas, são cozinhadas pelas mães e comidas pela família.
O pequeno rebento rasgou-se, germinando. Vontade própria, natureza bela.

Tanto num só alimento.






Obrigada,
Cláudia




quinta-feira, 21 de abril de 2016

Rotinas


Acordo cedo e encontro as minhas rotinas, sem esperar que sejam iguais ou diferentes, ali se define tempo. Aproveito os momentos que a vida me tem vindo a propor, infinita felicidade. O que ainda não se dissolve e une aqui, não existe.




Physalis que me chegam de um arbusto selvagem. Carinhosamente apanhados e transportados pela Margarida Francisco.


Obrigada, 
Cláudia

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dançar


Em campo de Ourique há uma porta sem nome. Descobri que lá dentro se faz boa música (sem nunca ter entrado). Com inspiração em sons africanos, latinos e outros que não consigo identificar. Ontem cruzei-me com ele e não tive coragem de lhe dizer que admiro muito a música que faz, constrói. É um trabalho composto por vários sons, vozes e instrumentos. Há sintonia com o meu corpo e a música dele faz-me dançar.
Faltando a coragem, escreve-se um e-mail. Agradeço-lhe pela partilha feliz do seu trabalho e por me fazer dançar. "Obrigado eu pela vontade de dançar", respondeu. E eu continuo a dançar.








Bomba. Coco fresco ralado com manteiga de amendoim. Amêndoas e caju torrados, tâmaras e chocolate. Bum!

Inspiração em, http://www.mynewroots.org/site/

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Ao contrário


Concentração, largar os medos, irrigar o cérebro. Ver o mundo ao contrário. E permanecer, respirando.

Gelatina de agar-agar salgada, com vagem de baunilha. Maracujá fresco e mel de arroz.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Semear


Quando se semeia espera-se colher. Implícita está a adversidade da natureza. Terra, clima, vontade própria. A imensidão da terra encontra-se pontualmente. Há sonhos de campo verdes, de ramas ao vento, de árvores carregadas de frutos, mas estes sonhos são só sonhos. Aqui em casa há alguns vasos, sementes que germinam e um rabanete. E esta é a realidade.

Ao Vale que visito, à Casa dos Sobreiros com seus socalcos, à levada. A quem com paixão de tudo cuida.







quinta-feira, 7 de abril de 2016

Espera evolutiva


As mudanças são exteriores, dentro a quietude se alimenta estável e presente. Flutuamos nos momentos de espera, como se a vida reunisse pausas delicadas e confusas. O que nos faz estar mais sensíveis ou introspectivos. De um momento para o outro a espiral desenrola-se e dispara numa existência progressiva. Os símbolos são representações da natureza nas quais crescem associações crentes. Que nos ajudem a co-criar belos encontros em sintonia com a vida. A celebrar a Lua, o feminino, a água, a evolução cíclica.


Beterraba cozida temperada com azeite virgem, vinagre de maçã biológico e sal marinho.
Inspiração em aqui.
Obrigada,
Cláudia

terça-feira, 5 de abril de 2016

Fruta em viagem


A fruta acompanha qualquer alma que viaja. Higienicamente protegida quando se faz acompanhar de casca. Mais vulnerável ao toque quando despida. Quer dizer que nela se pode aproveitar quase tudo. Na Ásia ou em África, por onde passei, vendidas na rua, ao quilo, em fatias e pedaços (às vezes temperados) ou em sumo. Há medos que nos travam de experiências, há experiências que nos criam medos. A fruta traz-me recordações sempre boas. A fruta chegou a ser um projecto.

Agora que temos acesso a (quase) tudo, não sabemos bem de onde vêm. Consumimos como queremos, o que queremos. Eu continuo a acreditar nas estações, nas regiões, nos países, na natureza que se encarrega. Desejo é só uma emoção. Às vezes não compensa.

Uma pequena homenagem a uma amiga, que é fada, madrinha.


































Morangos biológicos
Sementes de cacau torradas, caramelizadas e moídas (origem São Tomé e Príncipe)
Folhas frescas de erva cidreira biológica fritas em óleo de coco
Calda de mel de arroz

Obrigada,
Cláudia