Do 78 para o 43
Passar de uma casa para outra é como fazer o transbordo no meio do oceano, de um barco para outro.
Fiquei sem a "minha" casa e passei para a "nova minha" casa. Que ainda não o é. Dormir num canto que ainda não cheira a mim, que não respira o meu ar e que não comunica comigo.
E daqui deixo de ter. Passo a ser apenas uma utilizadora de objectos, de um espaço e de uma área que ocupo. Um pé num barco, que se afasta e um pé no outro barco, que resiste desconhecido.
É tudo uma enorme ilusão, nestes tempos em que tememos o presente, mais do que o futuro.
Não meu, nem teu. Afinal o que é ser nosso?
Obrigada,
Cláudia
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