domingo, 8 de maio de 2016

Tomate

É só um tomate. Que precisou de tempo para amadurecer. A sua individualidade é o seu amadurecimento. O seu diâmetro é a sua identidade. De verde passou a vermelho. Não consegui esperar mais. Ficaria mais maduro, talvez mais doce. Mas assim está bom. Satisfez-me todos os momentos em que lhe peguei e por uns segundos percebi, dia-a-dia, que me traria qualquer coisa.
Imaginava-o finamente cortado, regado de azeite, salpicado com sal marinho e aromatizado com algumas folhas de orégãos. Não foi preciso esperar que cooperasse. Bastou amor para que nos uníssemos. Paciência. O silêncio não é um momento, é uma eternidade que se prolonga, que nos abre espaço para não nos isolarmos daquilo que não nos é diferente. A vida tornou-se leve. E continua leve.































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