Estou exactamente onde quero estar.
Acordo com alguma ansiedade. Será que vou ser capaz de voltar atrás? Não sou, apenas abro as portas daquilo que realmente importa: o amor.
Faço o que tenho a fazer, todos os dias, porque me faz sentir bem, relaxada, próxima de mim e dentro de mim. Depois ajudo uma outra alma, ou tento. Lavada em lágrimas sinto essa dor e um nó forte na garganta. "Diz o que tens para dizer". Apercebo-me que as lágrimas não são minhas, apenas estou a deixá-las sair. Acredito.
Faço café, deito-me na cama e começo a ler um livro. Quando volto à leitura parece que tudo faz sentido. Em especial, as palavras de alguém tão longe que me parece próximo.
Apercebo-me que estou exactamente onde quero estar. Neste conforto, nesta dádiva, numa vida que vivo intensamente, entusiasmada, que me leva a crer que somos todos iguais. Sofremos, rimos, pensamos, procuramos a paz, a razão de viver, a essência da vida. Materializamos a compaixão pelo sofrimento do mundo.
A Antena 2 fala e faz-se ouvir de melodias lindas de compositores que conheço de nome, não sou capaz de identificar mas sou muito capacitada para ouvir. As notas são um fio de pequenas e grandes recordações.
Voltando à vida, é bom sentir esta grandiosidade, este preenchimento, sem apego. Escrever é um respirar, não fica retido, apenas entra e volta a sair.
Gratidão,
Cláudia
Biovilla
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